Clarisse Furtado

Deve ter sido uma pequena pausa ou paralisação no meu setor de criatividade. Os funcionários resolveram deixar os papéis e as canetas na mesa e já não se importam se isso tudo vai se acumular. Ficaram apenas fartos de ter que sempre exteriorizar tudo, de ter que sempre produzir e produzir e produzir em cima de assuntos mascados e remascados. E em cima da alegria nada conseguem tirar, não por não ser plena ou indigna de produções, mas por ser tão sincera a ponto de ter a necessidade clara de apenas ser vivida. Se não venho produzindo, não culpem os meus funcionários do setor sentimental, eles nada podem fazer se quando me estampo um sorriso na cara resolvo deixar de colocar a lágrima no papel, mesmo que ainda exista, por motivos menores e diversos. Me perdoem as faltas.

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